segunda-feira, 30 de novembro de 2015
VERDADE: O PLUTÔNIO DA BOMBA NUCLEAR
Davi Salles
(16 de outubro de 2014)
Eu posso te falar coisas tão sinceras
As mais belas ou banais
Para que possa ouvi-las ou simplesmente deixá-las te consumir
Te possuir poderá deixá-las para trás
Ignorá-las, fazê-las sumir
Poderá, quem sabe, o que eu te diga
Despertar o teu lado ruim sombrio
A ira de fera embutida que jamais de dentro de tivera saída
Posso abrir o verbo e fechar o tempo
Em um discurso profundo, agudo
Mudar o curso da tua viagem
Te sacudir, te trazer de volta ao mundo as raízes da sua linhagem
Tirar tua máscara, tua maquiagem você pode ate achar bobagem
Questionar meu existir
Desafiar a tua soberba
Jogá-la no chão
Num soco certeiro
Como um nocaute de um pugilista campeão
E ela irá cair.
Esmago o teu orgulho
Com toneladas de pressão
Com minha simplicidade
Posso jogar uma bomba em uma amizade colocar magoa no seu coração
Apenas com uma pequena dose inofensiva de sinceridade
Não preciso de plutônio, urânio
Uma fusão nuclear radioatividade
Para essa reação se desencadear e detonar
Se digo, trago à tona essa realidade.
Crio em volta de nós um muro sem fim, uma redoma
Para ver a chuva dos estilhaços de uma união
Basta aplicar a vacina da humildade no teu sangue, supostamente azul
De um barão, em tua pose de lorde
Dizer o que não concorde
Me manda pros confins do norte ou do sul.
É conflito anunciado
Guerra, impasse declarado
A disputa pela posse da razão
Qual o lado certo da visão?
Brota o rio de reflexão
E, nesse manancial, haverá interrogação sim
Um resgate automático das gavetas
E suas trancas oxidadas pelo tempo
Das lembranças empoeiradas.
Bate boca, mãos agitadas
Vozes alteradas ficam roucas
Roupa suja sendo lavada
A palavra dita, que irrita
Espada de lâmina afiada de um samurai
É quando a ira se levanta de seus aposentos
Do sono profundo
E vem consumida de desejos insanos
Ela acorda bem disposta a ferir teus sentimentos.
Preciso te dizer algo inspirador
Que afugente o teu pensar na morte
Algo que te reporte a sentir e vivenciar o amor
Apesar de te ter causado uma certa dor
Do teu reconhecimento tardio é louvável
Também consolador.
A minha ousadia te salvou
Te fez submergir das profundezas
Da empáfia do teu mar
De arrogantes ondas revoltas e esnobes
Que embaçavam tua beleza
Estava em preto o quadro de tua vida
Com a moldura da antipatia.
Posso te dizer com certeza
Olhando em teus olhos
Sentado à tua mesa
Comendo do teu pão
Bebendo do teu vinho
Debaixo do teu teto
Aconchegado nos teus braços
Te amando, morrendo de paixão
Que três letras do alfabeto formam a palavra “não”
Que pode te levar ao precipício
Descer os degraus
Recomeçar lá, do início
Forjar no fogo o aço, para um novo elo de união
Assentar mas um tijolo no teu castelo
Bordar com fios de ouro o teu espírito
Sincero que será o teu brasão.
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