quarta-feira, 2 de março de 2011

Quilombo

Quilombo (Davi Salles)


O Quilombo era um Símbolo da resistência
Lá se refugiavam, vitimas das mais variadas violências
Do trabalho escravo, dos maus tratos, do fardo dooficio pesado
Do tronco do acoite .dos ferros dos pelourinhos

Nos engenhos dos senhorzinhos
Os capatazes , feitores ,paus mandados, desses tal senhores
Sangravam os escravos, os marcavam Com chibatadas,seus lombos e suas vidas
castigo ,e perversidade, abriam feridas no corpo e na alma
Judiavam, daqueles que tiraram a liberdade
O bem mais precioso, da humanidade

Trabalhavam. No sol, na chuva,no sereno.
Exaustos, com o suor escorrendo
Muitos acabavam morrendo a saúde por fim iam perdendo
definhavam nos canaviais, nos cafezais das fazendas
nas grandes propriedades , muitos com mais de sessenta
e outros com tão pouca idade , sentiam na pele a tristeza
de não serem donos das suas vontades

O quilombo era esperança ,subsistência
Reduto dos foragidos , não somente dos negros ,fugitivos
mais também os índios .e os brancos despojados
era um exemplos de resistência
aqueles que eram revoltados, corajosos abolicionistas
lutavam contra escravagistas ,capitães do mato, e ate a policia

quilombolas, como eram chamados.
capoeiras ,mestres no corte da cana
tocavam tambores ,cultuavam uma religião
de grande manifestação que igreja achou por bem intitular de profana
Os orixás, da cultura africana
conviviam diariamente ,com a maldade da raça humana
depois de chicoteados,e como animais tratados
suas mulheres, pelos coronéis, eram levadas pra cama

eram usadas como objetos ,e muitas eram amadas
tratadas com um certo afeto
mais a elite a corte jamais admitiria ,que um nobre assumisse um dia
seu amor,sua paixão por aquela que te servia
na mesa e na intimidade
embora todos soubesses, que era assim que se procedia
os barões pouco tocavam ,as brancas ricas e prendadas
que em suas alcovas com eles dormiam

a paixão oculta ,reservada
nos celeiros ,nas carroças era escancarada
no meio das estradas era consumada
o prazer era comum estendia -se as madrugadas
negras mulatas obrigadas gemiam sem sentir dor , fingindo sentir amor
Nos braços do seu senhor

e quando as mesmas eram emgravidadas
A cria que era gerada, por eles era ignorada.
nas senzalas frias,e empoeiradas,tão logo era descartada

as negras dotadas,de beleza simpatia.
e educação viviam na casa grande , mucamas ,durante o dia
serviam as sinhazinhas. cumpriam sua obrigação
mas a noite eram obrigas a se deitarem com o barão

assim se deu a mistura , no ato da postura
da infidelidade do branco que não resistia e, se rendia aos encantos.
Da fêmea de pele escura.
De cabelos crespos, dentes fortes claros
Do corpo quente, pelo seu porte imponente suas curvas os, levavam a loucura.
E incomodavam suas esposas, a sua graça sua formosura
Muitas por isso, eram levadas ao tronco a tortura
os cintos de castidade ,protegiam do adultério
as baronesas ameaçadas ,pelas negras lindas daquele império


dessa atração, dessa pratica antiga,e corriqueira
foi o ponto de partida. para a miscigenação , brasileira

nos quilombos,tinham essa .variedade.
de raças. cores ,e credos, muitos sofredores
mais todos ,iam em busca, dos mesmos valores
ansiavam ,ávidos a abolição ,que zumbi pregava .almejava
e por ela lutava .e assim lutou ,ate o fim dos seus dias
contra essa covardia chamada escravidão

palmares era um paraíso,foi um marco um sonho na historia da escravatura
lá tinha entendimento,.paz tinha alimento ,Pecuária ,agricultura
um líder sem ditadura ,um socialista sem ter a cultura.
mas sua justiça ,e a sua bondade o faziam amado pelos irmãos
odiado, falado ,temido pelos inimigos e pela população
por sua bravura ,se tornou uma lenda a liberdade era sua razão

zumbi era seu nome ,exemplo forte de homem
no seu quilombo ,não tinha fome
era um herói e esse mérito não há quem te tome

e conhecendo a trajetória, a saga ,desse passado
.revoltado, indignado,consternado me sinto agora
como podiam ,ser tão cruéis ,gananciosos esses coronéis
devotos . a crueldade .de tirar de um ser sua liberdade
desmantelar seu coração, ver humilhada sua etnia

e acorrentada sua alegria ,em fim passou esse pesadelo essa agonia
que já não vemos hoje em dia envergonhou ,essa nação ,tanto sangue foi derramado quanto sofrimento lagrimas nos rostos das mães, rolaram quando dos seu seus braços eram tirados os seus rebentos
vejam que ironia os filhos desses senhores.
eram amamentados pelas chamadas mães de leite ama secas
quando no peito da branca baronesa o alimento não mais fluía
,muitas salvavam a vida daqueles que nasciam, cresciam e depois nelas
também batiam usavam possuíam
o destino de um povo inteiro,acorrentado em navios negreiros
ainda tinham que remar ,com fome .sem descansar rumo ao seu cativeiro
e essa doença do preconceito do desrespeito , a negritude
,esta maquiada mais ainda presente
É feio, infelizmente, espero que logo mude.

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