terça-feira, 15 de agosto de 2023

 Amores adoecem e vão aos poucos se tornando somente aqueles selinhos frios e rapidinhos ,dois que outrora eram um só, agora fragmentados em pedacinhos , aprisionados na redoma dos ciúmes , como passarinhos nas gaiolas com portas abertas

Nas grades das inseguranças ameaçados por outros perfumes , outros olhares peles de outras cores , desequilibrando as medidas da balança .
Amores são embarcações e os lemes que impediram o naufrágio estão em duas mãos à mercê das emoções determinando a calmaria ou a tempestade , se atravessaram os oceanos aportando no cais com os corações cheios de saudade .
Amores adoecem , atormentados pelos fantasmas desenhados por pinceis do medo , da fome ,da sede em desvendar algum segredo . deixando o ego lhe fazer um cedo logo tão cedo, trocar o açúcar do café da manhã por amargura .
Amores são sementes carentes da chuva da admiração e da ternura , da colinha abstrata que é a liga sagrada , os braços quentes da paixão
nada precisa ser vitalício , um eterno estado de felicidade ,mas enquanto durar essa afinidade, que se faça lembrança como de Rapunzel e as suas longas tranças com toda ludicidade de sermos uma criança .
atos precisam falar mais que as promessas , assim qualquer dia comum será uma festa
os olhares os sorrisos uma seresta ,um final de semana podem ser no começo , amores precisam ter valor e jamais um preço .um lar é diferente de uma casa . tijolinhos se edificando vão levantando as paredes solidas de uma relação , amores adoecem com desequilíbrio tamanho que faz seu par ser impar torna-se um estranho .
Amores adoecem com vírus contagioso de uma inexistente traição , pelo cotidiano danoso de ferir o outro mudando o gosto colocando mais três letras a mais na palavra união . invasão da privacidade . o será a interrogação acendendo como um neon, temores os corações cheios de dores , espinhos nas mãos onde antes haviam só flores , assim morrem os nossos amores .
Davi Salles

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