terça-feira, 15 de agosto de 2023

 O dono dessa banca

O humor é um dom, mas no estado do Ceará macho! eu acho que é uma chuva que cai sem parar, é uma ruma de comediante até a beira mar. O humor vira sobremesa, aperitivo com a cerveja do bolo a cereja nos restaurantes o povo da cabeça grande achatada, não fica aperreado, melancólico é por nada. Vive dando e fazendo o povo dar risada . e foi de lá que saiu o papa desse clero jocoso que a tristeza dos amuados exorcizava.
Chico Anysio era humorista, ator, radialista, dublador, escritor, pintor e um exímio roteirista. Viu só o tamanho da lista? Saiu de Maranguape para o estrelato. No rádio o caboco ganhava o pão na cidade pequena já era uma celebridade, dava falação . seu espaço merecidamente conquistava numa velocidade, mas o cabra era grande demais esse home seu menino ! para ficar somente naquela localidade. O seu talento tomou fermento engordou e para as telas onde antigamente só passava notícia e novela logo o migrou. Saiu do seu Cariri, para fazer o Brasil oprimido pela ditadura sorrir escrevendo roteiros, lotando teatros, encantando plateias com suas anedotas e o seu toque de Midas. inteligente ganhou dinheiro. Chico gostava do matrimônio de uma Maria Bonita, assim como o mais famoso dos cangaceiros. Fez fama e também talentosos herdeiros, nunca ficou metido a besta assoberbado, achando que tinha um rei na barriga como esses abestados desavisados cheios é de lombrigas.
Anísio era a generosidade em persona, de diamantes brutos esse garimpeiro os lapidava, mostrando o seu valor, esse era Anysio o professor Raimundo da Escolinha. Ao anonimato, de quem tinha talento ele botava fim.
Charles Chaplin lá do estrangeiro ficou famoso no mundo inteiro com um só personagem, mudo e calado que usava a expressão do rosto.
Mas nosso Chico o brasileiro matutou e inventou quase trezentos! nenhum se parecendo com o outro, Chico os incorporava e para eles, seu corpo e a sua alma iluminada doava. Parecia era outra pessoa quando para a câmera ele olhava e o grande show começava. atuando, representando, caracterizado, todo mundo ficava encantado, boquiaberto, encafifado com a força e o resultado, a identidade de cada criação, o texto a composição, os trejeitos a personalidade, tinham polos extremos a sua criatividade.
Que da sátira do baiano, baitola, macumbeiro Painho, ao veio Zuza, que soprava fumaça do seu charuto, tinha o feioso Nazareno, e o caolho mentiroso Pantaleão, o ator atrapalhado Alberto Roberto, vaidoso que só fazia confusão, o Bozó, que na Globo dizia que era o figurão o manda chuva não aguentava ver um mulherão, o ranzinza Popó que judiava de Almerindo. o pastor Tim Tones, a socialite Salomé, Tavares, Silva o gostosinho, Gastão o pão duro, Aroldo a maricona bichona tentando ser machão, no Quest da pesada ainda coalhada que não jogava nada, tomava uma cana danada, estrelas da televisão da divertida e sortida programação.
Nosso Senhor Jesus Cristo por esse cidadão, certamente tinha uma escancarada e declarada predileção, e na cabeça grande de Chico Anysio com certeza Ele um dia ele pôs a sua abençoada e milagrosa mão. Chico nunca botou seu nome na lama, não foi fugaz os seus personagens marcaram nossas memórias, hoje frescas e agradecidas, apesar de tanto tempo eles ainda sorrir nos faz.
Esse legado é um tesouro que não se derrete como prata nem ouro e tanto que quando se fala a emoção abre as janelas do choro, Mas o mestre não gostava de melancolia, seu espírito tinha as asas da alegria, enquanto vivo ele estava só trabalhava, criava e pintava escrevia, sorria, era assim que ele queria era assim que ele vivia.
Aqui fica o coração da gente numa overdose de saudade, veemente o respeito, o orgulho dentro do peito, desse nordestino das terras de praias lindas, de jangadeiros da inteligência santa, assim como tantos sertanejos de valor e relevância, como o dono de Asa Branca, Chico Anysio como se diz no popular é foda ainda é o cara! o dono dessa banca...
Davi Salles

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